Candeias: Baixos Salários e Falta de Benefícios Revoltam Servidores

Prefeito Terá Aumento, Mas Efetivos Seguem com R$ 1.492

Candeias: Baixos Salários e Falta de Benefícios Revoltam Servidores
Candeias: Uma Cidade de Servidores Desvalorizados

A Expectativa dos Servidores Efetivos de Candeias Pelo Retroativo Salarial

Entre conversas reservadas e apreensões veladas, cresce a expectativa dos servidores efetivos de Candeias quanto ao pagamento do retroativo das perdas salariais acumuladas ao longo dos anos. O tema, amplamente discutido nos bastidores, reflete a insatisfação de uma categoria que, apesar de ser a base do serviço público municipal, segue sem reajustes dignos e benefícios essenciais.  

A administração atual, liderada pelo prefeito Eriton Ramos, ainda não apresentou propostas concretas para solucionar essa defasagem salarial. Enquanto isso, os servidores convivem com um dos piores salários-base da Bahia, sem plano de saúde ou assistência odontológica e sem direito a cestas básicas, um benefício essencial em diversas cidades do estado.  

A disparidade salarial entre os servidores efetivos e os ocupantes de cargos comissionados também gera indignação. No início de 2025, prefeito, vice-prefeito, vereadores, secretários, diretores e chefes tiveram seus salários reajustados, garantindo aumentos significativos. O prefeito, por exemplo, passará a receber mais de R$ 25 mil mensais, enquanto a maioria dos servidores efetivos tem vencimentos fixados em apenas R$ 1.492,24 – um valor inferior ao salário mínimo nacional de R$ 1.518,00.  

Essa desigualdade salarial reflete diretamente na qualidade de vida da população e no funcionamento dos serviços públicos municipais. A falta de valorização profissional impacta a motivação dos servidores e compromete a eficiência do atendimento à população, que já enfrenta dificuldades no acesso a serviços básicos.  

Além da questão salarial, Candeias enfrenta um preocupante êxodo populacional. De acordo com o último censo do IBGE, a cidade registrou a saída de aproximadamente 16 mil pessoas nos últimos anos. A crescente evasão demográfica evidencia a redução das oportunidades de emprego e a precarização das condições de vida, fatores que afastam os moradores em busca de melhores perspectivas em outros municípios.  

Nos anos 1990, Candeias era um polo de desenvolvimento regional, com grande oferta de empregos e mão de obra qualificada. A cidade chegou a contar com sete bancos e oito grandes lojas de redes nacionais, um reflexo da sua relevância econômica naquele período. Hoje, o cenário é outro: o fechamento de empresas, a escassez de investimentos e a falta de incentivo ao comércio local contribuíram para a estagnação econômica e social.  

Diante desse contexto, a valorização dos servidores efetivos deve ser pauta prioritária para qualquer gestão que se comprometa com a melhoria dos serviços públicos e o desenvolvimento da cidade. Um município só cresce quando seus trabalhadores são respeitados, bem remunerados e têm condições dignas para exercer suas funções.  

A população e os servidores esperam que a atual administração tome medidas concretas para corrigir essas distorções e garantir que aqueles que fazem a cidade funcionar sejam devidamente reconhecidos. Caso contrário, a insatisfação tende a crescer, e as consequências poderão ser sentidas não apenas nos serviços prestados, mas também no cenário político local.